segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Fome, por opção!



Ontem passava em frente a televisão enquanto ia à cozinha pegar café, quando uma reportagem sobre modelos me chamou a atenção. Estava passando no programa Fantástico da Rede Globo.

Eu gosto muito de moda, não para exaltar um senso ridículo de marca, mas pela arte. E pela beleza. Acho as modelos bonitas, mas não concordo com muita coisa, como toda profissão e seus problemas.

Para ser tão magra quanto modelos, é necessário muita renúncia, e muitas garotas estão realmente desesperadas e compenetradas à isso. Não digo simplesmente que é insanidade, não é ofensa, mas é necessário um olhar atento ao perigo. A linha que beira a morte em muitos casos, infelizmente não raros, é tênue.



É interessante como as pessoas gostam de assitir a pressão que aquelas garotas passam, lembrando muito um vestibular, onde você é selecionado e selecionado, e de repente descartado por não ser bom o suficente. Igual à tudo o que acontece no nosso mundo real. Mas ali é mais interessante. E elas são tão novas aqui...

Logo me irritei. Porque tantos problemas de saúde e emocionais que poderiam ser abordados aqui foram interrompidos quando elas imploravam desesperadamente por chocolate. Então colocaram uma geladeira cheia de doces para as "torturar". E as filmavam desesperada, lutando contra o instinto e o desejo. Correndo embaixo do edredon para roubar o pedacinho de doce.

E a narração as chamavam de "desesperadas", "famintas", as criticando. Mostrando-as bizarras, lambuzadas de chocolate, como se fosse crime se divertir com o nosso ponto fraco. Quem narrou aquela cena, provavelmente nunca sorriu com os dentes sujos de comida, constrangido por ser pego, rindo da cena e contemplado por bons amigos.



Já é tão dificil, já é tão frágil. E quem não tem assunto pra vender, piora o que já não é bom.
Não terminei de ver o que aconteceria em seguida, se eles se desculpariam. Se conscietizariam. Se manipulariam mais. Tudo estava estragado.

Por fim, me conformei com a distorção da mídia. Sempre esteve aí. E esse espelho você pode substituir por uma TV.


"Eu sou assim, mas a TV mostra isso..."

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Um momento para rezar



Eu estava saindo do carro, guardando minhas coisas como sempre faço, lembrando de pegar as chaves de casa, caso roubem o carro, tenho como entrar em casa.
Carregava várias coisas enquanto pedia a Deus para olhar pelo carro também. Alguns passos depois foi quando me dei conta da tolice.
Já fazia algum tempo que não rezava. E quando falo com Deus é para pedir para cuidar do meu carro? Que loucura é essa?
Fiquei um pouco abalada por isso. Dei uma olhada para trás, pensei o quanto seria desagradável perder o carro, o estresse, a raiva que eu teria de alguém, mas então me lembrei da dor que é perder alguém querido.
Não havia dúvidas, ali havia perigo, porém talvez não há nada que Deus posso fazer por nós, a não ser acreditar que vamos fazer escolhas melhores. Então eu fiz pelo menos uma. Até chegar no hospital pedi que Deus cuidasse da minha mãe, do meu irmão, da minha família, dos amigos, e de tantas pessoas queridas que faz tempo que não vejo e se desse tempo mantivesse os ladrões longe daquela área.