quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

A Tropra, a Elite e a Favela


Há um tempo um amigo meu me pediu para tecer um comentário sobre “Tropa de Elite” o filme, sabe agora esse meu amigo que não sou muito boa com promessas. Calma João... rs
Não se falava em outro assunto e nada em particular me ocorria. Não tinha, na verdade, uma opinião formada. Às vezes me enchia de raiva e queria que a polícia saísse “pegando” os traficantes. Entendo que violência gera mais violência, e foi o que confirmei por uma reportagem na revista Superinteressante sobre o assunto, onde ela aponta que a criminalidade e o homicídio aumentaram no Rio de Janeiro com a implementação da polícia mais violenta, como o BOPE, e diminuíram em São Paulo, que partiu do pressuposto contrário.
Em meio às guerras que se formaram nas favelas entre policial e bandido, e pessoas inocentes morrendo, não deveria ser com punho de ferro que se resolveria tudo.
Às vezes ainda tenho raiva.
O filme foi um sucesso no Brasil, eu particularmente gostei muito. Bem dirigido, bem escrito, emocionante, com violência apelativa, típico filme hollywoodiano.
Hoje o que mais me chamou atenção é que ele está concorrendo ao Urso de Ouro, e a crítica dos gringos foi massacrante.
Não vi claramente críticas sobre o filme, em termos de filmagem, direção, atuação, essas coisas, plausíveis de se imaginar, agora estamos preocupados com o conteúdo, com a expressão, com o que vendemos.
Nossos filmes são muito criticados pelo apelo. “Por que mostrar tanta violência? Tanta pobreza?”
O que me enraivece agora é o fato das pessoas quererem tapar o sol com a peneira. Não fazemos filminhos pra fingir que nosso país é harmônico, não fazemos filminhos para fingir que as pessoas não morrem, que nossos heróis são perfeitos. Não vivemos o “doce sonho americano”. Um dia um avião cai.
Melhor deixar de sonhar e estar acordado.
Por que as pessoas criticam tanto a verdade que é retrata? Nossos políticos saem imunes sim... Pessoas cometem infrações no trânsito todos os dias, sem terem multas, sim... Existem homossexuais sim e existe relação sexual entre mulheres...
Eu queria saber por que ninguém comenta o fato da classe média e alta contribuírem com o tráfico? Por que ninguém fala sobre os jovens que ao comprarem drogas para se divertir inconscientemente, “inocentemente”, investem em mortes?
Então eu digo: Mauricinhos, Patricinhas, vocês são SIM responsáveis TAMBÉM pela morte de inocentes nas favelas, pelo aumento da criminalidade e pela nossa sociedade doente.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Liberdade!


Foto: Renan Duarte reage com sarcasmo à proibição de “Counter-Strike” (Foto: Renato Bueno/G1)
Nada melhor para o primeiro blog que trata sobre a liberdade um assunto polêmico, foi proibida a comercialização do jogo Counter Strike em todo Brasil.
"A venda dos jogos Counter Strike e EverQuest está proibida em todo território nacional. A decisão, tomada por um juiz da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais em outubro, começou a ser cumprida só na quinta-feira (17), em Goiás, pelo Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), de acordo com a assessoria de imprensa do órgão." Folha Online.
Vamos as justificativas:os jogos "trazem imanentes estímulos à subversão da ordem social, atentando contra o estado democrático e de direito e contra a segurança pública, impondo sua proibição e retirada do mercado", diz o nosso excelentíssimo juiz Carlos Alberto Simões de Tomaz, responsável pela medida.
O que mais será proibido? Talvez devessem proibir os assaltos, os assassinatos, a corrupção(seria realmente legal), quem sabe poderiam proibir o "mensalão".
Num Estado fragmentado, como o nosso, com tantas faltas e falhas, é um grito de desespero. Não conheceço o jogo, não sei o quão violento ele pode ser, mas já vi meu irmão jogar muitos jogos bem violentos. Concordo que muito desses estimulos degenera o senso crítico da criança, principalmente daquelas que não têm base familiar sólida, mas também é necessário uma suscetibilidade genética. Sim, aquela regra um em um milhão. Talvez a porcetagem seja maior.
Infelizmente esse não é o caminho. Sendo assim, proibiríamos os filmes violentos: Pare Hollywood!!!!
A luta contra a violência se faz com educação, com bom exemplo, com segurança, com liberdade!
Sempre terão os suscetiveis, que precisarão de um pouco estímulo para desenvolver sua necessidade sanguinaria, esses deverão ser punidos e até mesmo re-estimulados positivamente.
O que não podemos é aceitar que o Estado, novamente, fragmentado, nos proíba de decidir, de jogar, de comprar. O Estado, deve proteger, deve sim, fazer leis, mas deve ser coerente com o direito de todo cidadão. Deveria ser comprovado o perigo real, mas o risco depende de várias variáveis, já citadas.
Partilho das idéias do Reginaldo Araújo, "Não conheço os jogos, mas considero um absurdo que o Estado através do Poder Judiciário influa na liberdade das pessoas, quando se sabe que coisas altamente nocivas como o cigarro o álcool a tortura praticada principalmente por agentes desse Estado, permeie a vida da sociedade; ademais que autoridade pode ter um Estado que escalpela as pessoas com uma carga tributária assombrosa que beneficia apenas cerca de 5% da população que se locupleta, rouba, extorque, enquanto nós que pagamos recebemos escolas que não alfabetizam, serviços de saúde que não funcionam, sem falar das outras obrigações constitucionais que não são cumpridas."
Encerro a defesa, por favor, senhores do judiciário, voltem a trabalhar em casos realmente necessários para a segurança nacional, paremos de brincar com o dinheiro público. E Senhores cidadãos usem seu direito de pensar. Sua liberdade máxima!!